sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

OS MARQUETEIROS DE JESUS

Ao observar o ministério do Mestre, que deve ser nosso modelo de evangelização, lembramo-nos mais daqueles momentos onde multidões o seguiam e pessoas se convertiam. A mulher que sofria do fluxo de sangue há doze anos fora curada e consequentemente salva (Mt 9.22), e a mulher pecadora, que chorou aos pés do Senhor também fora salva (Lc 7.50); estes são exemplos de pessoas atingidas pelo poder e pregação do Senhor Jesus Cristo.

Devemos, porém, lembrar-nos do exemplo daqueles que não creram em Jesus. Um destes tristes casos foram os próprios irmãos carnais do Senhor, como mostra João: Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele” (Jo 7.5). Era comum a muitos israelitas seguirem Jesus por causa de sua fama e influência. Talvez, foi por isso que o Mestre foi duro com sua mãe e irmãos, quando estes quiseram falar com ele no meio de uma de suas pregações (Mt 12.46-47). A resposta do Mestre foi uma pergunta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” (Mt 12.48). Na conclusão, Jesus apresenta sua família: “E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos” (Mt 12.49). A família de Jesus eram aqueles que criam nEle!

Nestes termos parece que a incredulidade rondava a família de Jesus. Seus irmãos estavam interessados na carreira político-religiosa do Cristo, pois vislumbravam algum lucro de seu irmão famoso. João transcreve as palavras dos irmãos do Senhor em um uníssono: “Porque ninguém há que procure ser conhecido em público e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo” (Jo 7.14).

Jesus estava na Galiléia e não na Judéia, no período próximo a festa dos Tabernáculos, um evento religioso que ocorria em Jerusalém, e para onde uma grande multidão afluía. Os irmãos de “sangue” do Senhor queriam que ele fosse para a Judéia, província que ficava geograficamente abaixo de Samaria, para ser visto com seu poder, a fim de ser conhecido. Eles queriam ser os “marqueteiros de Jesus” ao conduzir o Mestre ao público.

Há muitos “marqueteiros de Jesus” hoje em dia. Muitos deles estão nas programações de TV. Eles utilizam o nome do Senhor Jesus para obter vantagens pessoais, mas, realmente não fazem a obra de Deus, através da pregação do evangelho. Devemos ter cuidado com estes incrédulos que invadem nossas vidas através das mídias on-line, com motivos espirituais que na verdade são interesses humanos, pois o desejo deles é cativar as multidões, enquanto o do Mestre é salvar os perdidos. Jesus deixa claro que seus próprios irmãos, portadores desta motivação egoísta, não eram crentes nEle: “Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más” (Jo 7.7). Se o mundo não os odiava é porque eles eram deste mundo, logo, não eram de Cristo. Com este versículo, Jesus também queria explicar um dos motivos porque não ia à festa dos Tabernáculos: “não era chegada a sua hora” de ser preso e morto pelas autoridades de Israel.

Devemos nos lembrar destes que não creram em Jesus para termos a ótica correta do que é o ministério cristão. A obra de evangelização não implica em exibição do nome de um líder, de uma denominação ou de uma igreja, mas do nome de Jesus. Nem sempre teremos finais felizes onde os perdidos creem. Há os finais tristes em que os nossos próprios familiares buscam Jesus pelo interesse incrédulo. Por isso, preguemos o nome de Jesus pelo que ele é: DEUS, e porque esta é a nossa missão.

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