terça-feira, 9 de julho de 2013

OS LIMITES

Quais são os limites? Sabemos as fronteiras entre o que é pecado e o que não é pecado, como registrado nas Escrituras. Por exemplo, matar é um pecado, e não há a menor dúvida nisso, bem como com outros pecados declarados no texto sagrado. Porém, o mais difícil é determinar, na prática do dia-a-dia, o que vem a ser um pecado.

Será que quando falto a um culto da igreja isto é um pecado e infidelidade? Ou deixar de ler a Bíblia um dia se quer, também, é uma forma de pecar, visto que somos orientados a lê-la todos os dias? E com relação à oferta missionária, deixar de dar torna-se um erro diante do Senhor, visto que nem no Novo Testamento, nem no Antigo se trata deste assunto de modo tão específico? Sem querer entrar nos detalhes de cada uma destas questões, percebemos, mesmo de modo superficial, que precisamos estabelecer estes limites. Mas, no desenvolver desta reflexão, surge outro problema: a pressão dos irmãos.

Normalmente, acabamos determinando o limite entre o que é ou não é um pecado, não tão explicitado pelas Escrituras, a partir da pressão exercida pelos irmãos da igreja, o que muitas vezes não é um critério tão interessante, visto que, podemos acabar fazendo certas coisas pelos irmãos e não por Deus. Por exemplo, posso buscar não faltar nenhum culto na igreja para que os irmãos não venham a reclamar de mim, e não porque desejo ser fiel ao Senhor que enviou Seu filho para morrer em uma cruz pelos meus pecados! Passo a ler a Bíblia para que quando o pastor, ou outro irmão, venha a me perguntar se a li, possa eu responder orgulhosa e afirmativamente esta pergunta.

O que fazer, então? Devo ter limites para tais pecados em minha vida, mas estes não devem ser pautados, somente, pelas opiniões dos outros. Tais opiniões tem seu lugar, mas não devem ser determinantes. Saiba que é mais fácil e improdutivo ter tudo pronto na vida do que construir os próprios fundamentos desta. O que quero dizer com isto? Desejo mostrar que o Senhor nos deu liberdade tal, que cada cristão deve saber avaliar sua conduta de fidelidade a Deus, respeitando seu irmão, de modo que esta liberdade só tem fim diante daquilo que é claramente declarado como pecado nas Escrituras. Esta liberdade é norteada pelo padrão de Cristo, como Paulo afirma aos gálatas: meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl 4.19)

A pessoa de Cristo deve ser formada em nós. O apóstolo sofria as metafóricas “dores de parto”, suas perseguições, com a finalidade de que os cristãos da Galácia fossem cada vez mais parecidos com Cristo. Devemos buscar fazer com que em nossa vida o Senhor Jesus seja formado, de modo que vivamos como se fosse o próprio Senhor através de nós. Imagine que alegria será quando alguém disser que você possui traços do Mestre, como descrito no evangelho!

Paulo, também, ensinou o mesmo aos Efésios: até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Devemos ser homens completos, ou seja, como foi Adão antes do pecado. Nosso padrão de medida é a “estatura” completa de Cristo, e por “estatura” entenda “maturidade”.

Eis a resposta, que não é tão simples de ser observada: os limites daquelas práticas, que necessariamente não são dadas na Bíblia como pecado, devem ser estabelecidos a partir da minha maturidade em Cristo. Se o Senhor Jesus Cristo está sendo formado em mim, não devo ter dificuldade em saber que sempre tenho que estar na igreja, e também porque faltar; ou, que devo ler a Bíblia o máximo que puder. O Senhor Jesus Cristo é o nosso padrão, o Mestre estabelece nossos limites a partir de Sua vida. Jesus está sendo formado em você?