sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PERSEVERANÇA OU ROTINA?


Segunda-feira, temos estudo bíblico para aqueles que desejam se aperfeiçoar mais nas Escrituras. Quarta-feira é o culto de oração. As senhoras oram nas quintas. Sábado, há programação de jovens, crianças, e em alguns deles os casais se reúnem também. Não podemos esquecer o domingo, onde a igreja se encontra em peso na Escola Bíblica Dominical e no culto vespertino de adoração. Esta rotina te lembra algo? É isso mesmo, nossa vida cristã congregacional que está escrita nos avisos do boletim de cada semana.

Não sei se você percebeu, mas há poucos momentos para a família se reunir nesta semana. Os casais, normalmente, trabalham manhã e noite. As crianças estudam neste mesmo horário, e os jovens, quando não estudam pela manhã o fazem à noite. A rotina é tão sufocante que quando uma família se encontra em casa, cada um quer relaxar ou dormir (exceto crianças e jovens). Além, da rotina imposta pelo sistema societal em que vivemos, temos a rotina da igreja que também pesa sobre nós. Não é verdade? Ou você nunca pensou nisso? Sei que já observou e até, mentalmente, criticou tal rotina.

O objetivo aqui com estas palavras não é reduzir nossos momentos de comunhão na igreja. De modo nenhum. Muito, menos, criticá-lo. Mas, o alvo é mostrar que a rotina não é o mesmo que a perseverança na vida cristã.

O fato de você (ou eu) estar participando de todos os eventos da igreja, necessariamente, não implica em fidelidade a Deus. Isso só remete a uma prática rotineira. Temos o costume de confundir as duas coisas. Para ilustrar, medite nesta breve história.

“Certo discípulo de Jesus era muito prestativo e estava sempre em sua companhia. Era piedoso, pois se importava com os pobres (Jo 12.5); era carinhoso, visto que tratava seu Mestre com beijos (Mt 26.49). Tinha um cargo de imensa responsabilidade na comunidade, era tesoureiro, um homem de confiança (Mt 12.6). Estava presente nos momentos da ceia (Jo 13.2), e ao contrário de outro irmão mais esquentado, este discípulo aparentava ser humilde e obediente (Jo 13.6-9). Certa vez, quando decepcionou Jesus, ficou tão triste e sentiu um remorso tão grande (Mt 27.3) que pôs fim a sua própria vida (Mt 27.5)”.

Você já sabe quem é este discípulo? Isso mesmo; é Judas Iscariotes, o traidor. Ele seguia uma rotina religiosa tão impecável que ninguém percebera suas intenções de trair o Salvador (Jo 13.26-28). No momento da ceia, após o lavatório dos pés, Pedro pediu para João perguntar a Jesus quem era o traidor. O Mestre respondeu a pergunta dando um pedaço de pão molhado a Judas. Mas, nem mesmo assim, eles perceberam que era Judas. A sua postura de um homem religioso, que seguia a rotina a risca, ofuscou a percepção dos discípulos para identificar o traidor.

Podemos estar seguindo a rotina da nossa igreja, e mesmo assim não estarmos perseverando. Persevera aquele que de coração limpo e sem fingimento lê a Palavra, medita e reflete nela, e busca com todas as suas forças (dependendo do Espírito Santo) seguir em obediência e fidelidade ao Salvador, diariamente. Estar com a família e na igreja torna-se o prazer, e não um fardo.

As atividades de adoração da igreja (muitas vezes chamadas de “programações”), ou seja, os cultos, são para a glória de Deus quando as praticamos de corações limpos. Por isso, Jesus falou: Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). Se não estamos vendo a Deus nos cultos é porque, provavelmente, caímos na rotina.

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