Constantemente
temos que tomar várias decisões na igreja. Algumas são muito simples, outras,
porém, mais complexas. Quando vamos tomar estas decisões, muitas vezes nas
assembleias da congregação, pensamos nos nossos fundamentos de fé. Outras
vezes, recorremos aos resultados práticos que tais medidas podem trazer.
Já
conheci igrejas que investiram seu capital acumulado em escolas e em imóveis. A
ideia parece ser muito boa porque os resultados financeiros são interessantes.
Porém, as igrejas que assim fizeram esqueceram-se que a Bíblia orienta o modo
pelo qual devemos suprir os recursos para a igreja: por dízimos e ofertas.
O
Senhor Jesus Cristo teve que tomar muitas decisões difíceis em seu ministério
terreno, por exemplo, quando Jesus chamou os judeus de “filhos do diabo” (Jo
8.44), porque não estavam crendo em sua pregação. Se fosse hoje, reprovaríamos
esta conduta porque estaríamos fechando as portas para uma futura abordagem com
o evangelho. Você se recorda do texto em que Jesus açoitou os vendedores no
templo, com uma atitude bem violenta? (Mt 21.12). Será que ele pensou na fé
(doutrina) ou na repercussão prática que isso traria para seu ministério e para
a futura igreja que haveria de surgir?
Multidões
iam atrás de Jesus Cristo para ouvir sua pregação, mas com motivos
interesseiros, como ocorreu no episódio da multiplicação dos pães (Jo 6). O
Senhor multiplicou os cinco pães e os dois peixes para uma multidão de quase
cinco mil pessoas. Este, sim, foi um bom marketing! (diriam alguns dos pastores
da prosperidade). No entanto, o Senhor não fundamentava seu ministério no
marketing religioso, mas, sim na pregação simples do evangelho. Quando a
multidão o queria seguir por causa do pão que ele multiplicara, Jesus os
repreendeu com as seguintes palavras: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me
procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos
fartastes” (Jo 6.26).
Em seguida, o Senhor os direcionou para a verdade do
evangelho: “Trabalhai, não pela comida
que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem
vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo” (Jo 6.27). Jesus
Cristo importava-se com a multidão, por isso não desejava que eles sentissem
fome. No entanto, o Mestre não queria que eles o seguissem por causa do pão,
mas sim em busca da vida eterna.
Quando o Senhor Jesus Cristo tomou estas atitudes não
quer dizer que ele não amava as pessoas, ou não queria o melhor para elas, mas,
sim, que a verdade de Deus, presente na fé, orientavam suas ações. Agir de
acordo com a fé é também amar as pessoas, mesmo que pareça estranho a nossa
cultura.
De modo bem prático, muitos pensam: “é melhor não exortar
um irmão que eu vi em pecado, porque não quero criar ‘confusão’ para mim”. Esta
é uma decisão prática que reflete um desvio da fé cristã, como ensinado na
Bíblia. Pode até ser que pareça trazer menos problemas para você, mas, não se
engane, trará grandes problemas futuros para toda a igreja.
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