sexta-feira, 14 de setembro de 2012

FÉ OU PRÁTICA?


Constantemente temos que tomar várias decisões na igreja. Algumas são muito simples, outras, porém, mais complexas. Quando vamos tomar estas decisões, muitas vezes nas assembleias da congregação, pensamos nos nossos fundamentos de fé. Outras vezes, recorremos aos resultados práticos que tais medidas podem trazer.

Já conheci igrejas que investiram seu capital acumulado em escolas e em imóveis. A ideia parece ser muito boa porque os resultados financeiros são interessantes. Porém, as igrejas que assim fizeram esqueceram-se que a Bíblia orienta o modo pelo qual devemos suprir os recursos para a igreja: por dízimos e ofertas.

O Senhor Jesus Cristo teve que tomar muitas decisões difíceis em seu ministério terreno, por exemplo, quando Jesus chamou os judeus de “filhos do diabo” (Jo 8.44), porque não estavam crendo em sua pregação. Se fosse hoje, reprovaríamos esta conduta porque estaríamos fechando as portas para uma futura abordagem com o evangelho. Você se recorda do texto em que Jesus açoitou os vendedores no templo, com uma atitude bem violenta? (Mt 21.12). Será que ele pensou na fé (doutrina) ou na repercussão prática que isso traria para seu ministério e para a futura igreja que haveria de surgir?

Multidões iam atrás de Jesus Cristo para ouvir sua pregação, mas com motivos interesseiros, como ocorreu no episódio da multiplicação dos pães (Jo 6). O Senhor multiplicou os cinco pães e os dois peixes para uma multidão de quase cinco mil pessoas. Este, sim, foi um bom marketing! (diriam alguns dos pastores da prosperidade). No entanto, o Senhor não fundamentava seu ministério no marketing religioso, mas, sim na pregação simples do evangelho. Quando a multidão o queria seguir por causa do pão que ele multiplicara, Jesus os repreendeu com as seguintes palavras: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes” (Jo 6.26).

Em seguida, o Senhor os direcionou para a verdade do evangelho: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo” (Jo 6.27). Jesus Cristo importava-se com a multidão, por isso não desejava que eles sentissem fome. No entanto, o Mestre não queria que eles o seguissem por causa do pão, mas sim em busca da vida eterna.

Quando o Senhor Jesus Cristo tomou estas atitudes não quer dizer que ele não amava as pessoas, ou não queria o melhor para elas, mas, sim, que a verdade de Deus, presente na fé, orientavam suas ações. Agir de acordo com a fé é também amar as pessoas, mesmo que pareça estranho a nossa cultura.

De modo bem prático, muitos pensam: “é melhor não exortar um irmão que eu vi em pecado, porque não quero criar ‘confusão’ para mim”. Esta é uma decisão prática que reflete um desvio da fé cristã, como ensinado na Bíblia. Pode até ser que pareça trazer menos problemas para você, mas, não se engane, trará grandes problemas futuros para toda a igreja.

Não devemos guiar nossas decisões e atitudes baseado naquilo que na prática será mais confortável a nós, ou até mais simples de ser feito. Devemos fazer como o Senhor Jesus Cristo, seguir as orientações da fé que Deus nos deu, mesmo que seja difícil de fazer, ou exija mais esforço. Como você toma as decisões da sua vida e na igreja: baseado na fé descrita nas Escrituras ou na prática da sua própria sabedoria?

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