sexta-feira, 27 de julho de 2012

A FUGA


É muito fácil detectar os problemas de uma igreja fundamentada na Bíblia. Alguns se queixam da falta de comunhão, outros da frieza espiritual, e também da falta de organização, ou, até mesmo do estilo dos cânticos no momento da adoração. Realmente a igreja como instituição possui vários problemas. Porém, aqueles que levantam estes são o alvo da própria crítica, pois são a igreja, não somente a instituição, mas o corpo de Cristo, como é descrito no Novo Testamento. É meio incoerente reclamar de si mesmo. Parece uma forma de esquizofrenia! Isso ocorre devido à distância moderna entre os conceitos: igreja instituição e igreja corpo de Cristo.

São inumeráveis as dificuldades que podem ser levantadas por crentes insatisfeitos de igrejas tradicionais, que enfatizam a Bíblia e a pregação em sua vida. Também é recorrente o êxodo de irmãos para outras igrejas, algumas até boas, outras... Sair de uma igreja por motivos como os elencados acima não resolve o problema, simplesmente aumenta o abismo e a sensação de um falso bem estar e um ilusório recomeço.

Penso que o maior problema da igreja corpo de Cristo (e instituição também) foi o mesmo do profeta Jonas: “Fugir da presença do Senhor”. É possível fugir da presença do Senhor? A Palavra nos mostra que Jonas fugiu: Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR” (Jn 1.3).

Um profeta que não quis pregar a Palavra de Deus! Isso é realmente um absurdo. Jonas estava tão cego, porque não queria uma missão desconfortável e perigosa, que tentou fugir geograficamente do Senhor. É possível? Lembre-se das palavras do salmista: Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?” (Sl 139.7). Não podemos fugir da presença do Senhor. Para onde formos carregaremos nossos pecados. Por isso devemos enfrentá-los na igreja local que é o corpo de Cristo.

Além de fugir, o profeta fez exatamente o contrário da sua missão, ele envergonhou o nome do Senhor diante dos perdidos: Então, os homens ficaram possuídos de grande temor e lhe disseram: Que é isto que fizeste! Pois sabiam os homens que ele fugia da presença do SENHOR, porque lho havia declarado” (Jn 1.10). O que os homens daquele barco pensaram do Senhor a partir do testemunho deste profeta? O que os perdidos pensam dos crentes que entram neste barco?

A pior fuga não é a geográfica, mas a espiritual. Alguns tentam fugir da presença do Senhor mudando de barco, outros o fazem descaradamente, estando apenas de corpo presente na congregação, mas com o espírito no barco da frieza rumo ao estômago do grande peixe do abismo da inércia.

Não se esqueça de que fugir da Onisciência e da Onipresença é um grande passo para a ignorância do amor de Deus (Jn 4.1-3,8). O meu problema hoje, e penso que o seu também e o de toda a igreja de Cristo, é a loucura de fugir da presença do Senhor que a tudo vê e a tudo sabe, inclusive as intenções dos nossos corações.

Louvado seja o nosso Senhor por sua misericórdia, que ao contrário de Jonas, teve misericórdia de mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a esquerda (Jn 4.11). Que o Senhor tenha misericórdia de nós, a fim de sabermos discernir as coisas espirituais (1 Co 2.10-15), e assim glorifiquemos seu nome e busquemos a sua presença. Amém!

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