quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O TESTEMUNHO DE JÓ


“Tchic! Tchic!” Este foi o ruído da chave do carro ao não dar a ignição. Se você não entendeu esta onomatopeia, não se preocupe, não foi um erro seu, nem falha minha, é porque realmente é difícil transcrever o som da chave de um carro tentando dar partida, sem o resultado esperado. Normalmente, o som seria “Vrumm! Vrumm!”; mas, não foi o que ocorreu.

 

Era sexta-feira à noite. Estávamos no estacionamento do supermercado. Havia posto todas as compras referentes à alimentação da semana no porta-malas. Então, entramos no carro: eu, minha esposa e as duas crianças, quando, repentinamente, o veículo não quis funcionar. Não havia motivo aparente. O automóvel não era tão velho, sempre passava por revisões, por sinal, há pouco tempo passara por uma. Não fazia lógica, não tinha sentido.

 

Em meus instintos humanos, busquei uma solução para o problema. Enquanto minha mente buscava entender a situação, e vasculhar uma alternativa para sair dali, fiquei ligando e desligando o carro. Nenhum barulho que representasse a ignição partia da chave, a não ser o “Tchic”, que era o som do atrito do metal da chave em sua respectiva entrada.

 

Como nada de solução vinha a minha mente, pensei: “O que fazer? Como levar a família para casa em segurança? E os mantimentos como iria levar?”. Passou pelos meus rápidos pensamentos a ideia de chamar alguém para ajudar, mas não queria incomodar ninguém sexta-feira à noite. Também não queria deixar o carro ali durante toda madrugada. Tentei ligar para o mecânico que sempre concerta o carro, mas, obviamente, não conseguia. Detalhe, não tinha seguro.

 

Então, o desespero tomou conta de mim. Pedi a todos que saíssem do carro, e fiquei tentando ligar e religar o veículo. É claro que passei para minha família a impressão que tudo estava bem, sob controle, mas, o meu ser revirava por dentro tentando buscar uma solução. Nesta perturbação, lembrei-me de orar. Tão simples, somente orar. Silenciosamente pedi a Deus para resolver a situação. Imagine o que aconteceu? Isso mesmo, o carro pegou; e fomos para casa.

 

Indo para casa, calado, fiquei me indagando: “O que aconteceu?”. Percebi quão grande é a natureza do pecado. Veio a minha lembrança tudo o que Jó passara em sua provação. A perda dos bens, inclusive sua casa, a morte dos filhos, a debilitação na saúde, e, por fim, o abandono de sua própria esposa. Mesmo com tão grandes provações, de modo geral, ele permaneceu em santidade, firme no Senhor. Nós, crentes da modernidade, passamos por coisas tão pequenas (como um carro que não quer funcionar) e logo nos afligimos. A cultura que nos cerca tem amolecido nossa fé, nosso pecado tem ganhado espaço de modo que não temos resistência para enfrentar os grandes embates da vida, como, por exemplo, o de um carro que não quer funcionar!

 

Graças a Deus que nos livra e ouve nossas orações. Mas, graças ao Senhor também pelo poder que Ele nos dá, em seu Espírito, para testemunharmos dele. Não nos contentemos em sermos pecadores, embora sejamos. Vamos buscar a semelhança de Cristo, para estarmos prontos a honrar nosso Mestre!

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