“Tchic!
Tchic!” Este foi o ruído da chave do carro ao não dar a ignição. Se você não
entendeu esta onomatopeia, não se preocupe, não foi um erro seu, nem falha
minha, é porque realmente é difícil transcrever o som da chave de um carro
tentando dar partida, sem o resultado esperado. Normalmente, o som seria
“Vrumm! Vrumm!”; mas, não foi o que ocorreu.
Era
sexta-feira à noite. Estávamos no estacionamento do supermercado. Havia posto
todas as compras referentes à alimentação da semana no porta-malas. Então,
entramos no carro: eu, minha esposa e as duas crianças, quando, repentinamente,
o veículo não quis funcionar. Não havia motivo aparente. O automóvel não era
tão velho, sempre passava por revisões, por sinal, há pouco tempo passara por
uma. Não fazia lógica, não tinha sentido.
Em
meus instintos humanos, busquei uma solução para o problema. Enquanto minha
mente buscava entender a situação, e vasculhar uma alternativa para sair dali,
fiquei ligando e desligando o carro. Nenhum barulho que representasse a ignição
partia da chave, a não ser o “Tchic”, que era o som do atrito do metal da chave
em sua respectiva entrada.
Como
nada de solução vinha a minha mente, pensei: “O que fazer? Como levar a família
para casa em segurança? E os mantimentos como iria levar?”. Passou pelos meus
rápidos pensamentos a ideia de chamar alguém para ajudar, mas não queria
incomodar ninguém sexta-feira à noite. Também não queria deixar o carro ali
durante toda madrugada. Tentei ligar para o mecânico que sempre concerta o
carro, mas, obviamente, não conseguia. Detalhe, não tinha seguro.
Então,
o desespero tomou conta de mim. Pedi a todos que saíssem do carro, e fiquei
tentando ligar e religar o veículo. É claro que passei para minha família a
impressão que tudo estava bem, sob controle, mas, o meu ser revirava por dentro
tentando buscar uma solução. Nesta perturbação, lembrei-me de orar. Tão
simples, somente orar. Silenciosamente pedi a Deus para resolver a situação.
Imagine o que aconteceu? Isso mesmo, o carro pegou; e fomos para casa.
Indo
para casa, calado, fiquei me indagando: “O que aconteceu?”. Percebi quão grande
é a natureza do pecado. Veio a minha lembrança tudo o que Jó passara em sua
provação. A perda dos bens, inclusive sua casa, a morte dos filhos, a
debilitação na saúde, e, por fim, o abandono de sua própria esposa. Mesmo com
tão grandes provações, de modo geral, ele permaneceu em santidade, firme no
Senhor. Nós, crentes da modernidade, passamos por coisas tão pequenas (como um
carro que não quer funcionar) e logo nos afligimos. A cultura que nos cerca tem
amolecido nossa fé, nosso pecado tem ganhado espaço de modo que não temos
resistência para enfrentar os grandes embates da vida, como, por exemplo, o de
um carro que não quer funcionar!
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