quarta-feira, 29 de julho de 2009

COMEÇANDO DE MADRUGADA (parte 2)

“O SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada”.
(2 Crônicas 36:15).

Os profetas sempre foram os instrumentos usados por Deus para fazer sua vontade. O Senhor agia na vida do seu povo e também na vida do profeta. Vimos Deus operando na vida do seu povo começando de madrugada, agora observaremos como Deus trabalha na vida dos profetas. Estes pregavam uma mensagem indesejada ao povo, porque era de crítica ao pecado destes. Hoje, a mensagem pregada pelos pastores deve ser também de crítica a uma igreja acostumada aos pecados, e da mesma forma esta não fica tão satisfeita com mensagens que apontam o pecado.

O melhor negócio da pós-modernidade é montar uma igreja, visto que é isenta de impostos, e um investimento de baixo custo. Por mais que haja concorrência sempre existe campo de trabalho, principalmente se lá houver as igrejas históricas tradicionais, que pregam o evangelho do Senhor Jesus Cristo, que condena o pecado. A igreja se tornou um negócio na atual sociedade.

Os pastores dedicados a transmissão de um sermão bíblico sofrem o que Jeremias sofreu ao pregar a mensagem de Deus a Israel: “Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, [...]” (ARA 2 Cr 36.16a). Os verbos são extremamente fortes: zombar, desprezar e mofar. O desprezar se refere à Palavra de Deus. Os outros dois verbos, zombar e mofar, atacam o mensageiro de Deus.

O verbo mofar significa desmoralizar. Exatamente o que fizeram com Jeremias, quando este foi lançado em uma cisterna cheia de lama: “Tomaram, então, a Jeremias e o lançaram na cisterna de Malquias, filho do rei, que estava no átrio da guarda; desceram a Jeremias com cordas. Na cisterna não havia água, senão lama; e Jeremias se atolou na lama” (Jeremias 38:6).

Os profetas pregavam porque Deus ordenava, e o faziam começando de madrugada, isto é, desde muito cedo, a fim de que o povo se arrependesse dos seus pecados. Porém, a mensagem não era agradável, e muito menos a recepção do povo. Israel não queria ouvir esta mensagem pregada por Jeremias porque não ia de encontro ao seu coração.

Um versículo que contém o teor do sermão dado por Deus para Jeremias pregar a este povo está em Jeremias 35.15: “Começando de madrugada, vos tenho enviado todos os meus servos, dizendo: Convertei-vos agora, cada um do seu mau caminho, fazei boas as vossas ações e não sigais a outros deuses para servi-los; assim ficareis na terra que vos dei a vós outros e a vossos pais; mas não me inclinastes os ouvidos, nem me obedecestes a mim”.

Normalmente oramos para que a mensagem vá de encontro ao coração da igreja. É uma oração acertada! Mas, somente quando, ir de encontro não significa concordar com os anseios e desejos pecaminosos da igreja. Esta expressão tão usada na oração dos pregadores deve significar ir de encontro ao pecado para censurá-lo.

Por várias vezes Jeremias pregou contra o pecado de Israel, porém o descaso do povo para com a mensagem de Deus é repetitivo (Jr 7.13, 25; 25.4; 26.5; 29.19; 32.33; 35.14-15). Eles não deram ouvidos. Rejeitar a mensagem do profeta é o mesmo que rejeitar a Deus. E ser profeta é carregar o peso de pregar um discurso rejeitado pela situação.

Vivemos em uma época em que os profetas são os pastores e pregadores em uma sociedade pós-moderna. O pastorado tem se tornado cada vez mais profissional e institucionalizado. Os obreiros esperam receber de acordo com o grau de instrução, e muitas igrejas avaliam isso. Esquecem-se que devemos obedecer ao Senhor a todo custo.

Não quero desconsiderar o fato de que os pastores devem estar cada vez mais preparados, nem que é bíblica a manutenção do obreiro. No entanto, devemos agir mais parecido com os profetas no meio de uma sociedade corrompida, que não gosta da Palavra do Senhor. O pastor precisa pregar a Verdade de Deus, e agüentar as conseqüências; como, talvez, a falta de popularidade, ou até mesmo as dificuldades financeiras e privação de sonhos.

Outra grande aflição para o pregador da Bíblia na pós-modernidade é a ausência de uma platéia satisfeita. O cortejo satisfaz o pregador, no entanto o conteúdo da mensagem atinge o pecado, e conseqüentemente o pecador. Em lugar de o pastor ser visto como um mensageiro de Deus, acaba recebendo o rótulo de inimigo ou perseguidor.

Muitos pastores se desanimam e alguns até desistem do ministério por causa dessa rejeição. Algumas igrejas reclamam porque o pastor somente fala de pecado em seus sermões: “É uma mensagem muito negativa!” Mas, essa é a vontade do Senhor para a Sua igreja no cenário atual. E como profetas, os pastores devem pregar para a glória do Senhor e não para satisfação própria, ou realização de sonhos profissionais ou ministeriais.

O pastor precisa ser um profeta para anunciar a mensagem de Deus aos perdidos, de dentro e de fora da Igreja de Deus. Que o Senhor nos abençoe a cumprir Sua perfeita vontade, através de nossas ínfimas vidas!

“Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. (Mateus 5:12)

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