quarta-feira, 1 de junho de 2011

ESQUECIMENTO

Alguns dizem que o mal desse século é a depressão, outros o câncer. Porém, há quem diga que seja o esquecimento. Ele era característica somente dos idosos, mas os jovens acabaram se apropriando dele. É comum ouvir nas conversas as justificativas: “Eu me esqueci de fazer...”. Ouvimos notícias assombrosas de mães que por esquecimento mataram seus filhos, ainda infantis. Certa senhora estava tão apressada para chegar a um compromisso de negócios que não passou na creche para lá deixar seu filho. Este ficou dormindo no veículo, e não mais acordou!

Que história triste! É verdade, mas há situações mais tristes ainda provocadas pelo esquecimento, que talvez esteja presente no seu cotidiano. Estou falando do “esquecimento de Deus”. Para visualizarmos melhor como é essa modalidade antiga de esquecimento observemos o que a Bíblia nos diz sobre isso.

O livro de Deuteronômio, quinto livro do Antigo Testamento, e último da Torá, possui esse nome porque é a “segunda proclamação da Lei”. A lei foi novamente proclamada porque toda uma geração de vinte anos para cima morreu no deserto, por causa de sua incredulidade ao entrar na terra que o Senhor havia prometido lhes dar. Então, outra geração foi formada, que precisava ouvir as instruções da Lei de Deus dada a Moisés.

Dentre essas instruções, Moisés pede ao povo, repetidamente: “Cuidado! Não se esqueça do Senhor teu Deus!”. Em Deuteronômio 4.9, o autor canônico diz: “Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma”, ou seja, “fique somente atento”. Atenção para não se esquecer do que Deus tem feito no nosso meio.

A nação de Israel presenciou inúmeros milagres. Da abertura do Mar Vermelho ao suprimento de comida e água no deserto. Hoje, nós pensamos: “Como pode esse povo ter se esquecido de Deus, após ver e presenciar tantos milagres?” Mas, Israel se esqueceu de Deus, e nós não somos tão diferentes.

No versículo 23, de Deuteronômio 4, Moisés exorta o povo a não se esquecer da aliança feita com o SENHOR. “Aliança” é um compromisso, um pacto. Deus garante a parte dele nesse pacto, e o que o Senhor requer de seu povo é somente obediência aos termos dessa aliança. Esse relacionamento de aliança ocorreu entre o Senhor e Israel, mas Deus ainda hoje, na era da igreja, possui uma aliança com seu povo. Nosso relacionamento com Deus ainda é de aliança, de pacto e compromisso. Por isso, não devemos nos esquecer do Senhor. Temos um compromisso com Deus e com as suas coisas.

Israel não devia esquecer que foi Deus quem os tirou do Egito (Dt 6.12). Porém, quando Jeroboão fez os bezerros de ouro disse: “Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito!” (1 Rs 12.28b). E o povo se esqueceu quem os tinha tirado da terra do Egito. Não devemos esquecer que foi o Senhor que nos resgatou da escravidão do pecado. Que nossa boa vida cheia de bênçãos vem do Senhor!

Um modo de não nos esquecermos de Deus é cumprindo os seus mandamentos (Dt 8.11). Deus garante que não vai se esquecer da aliança que fez com seu povo (Dt 4.31), feita no momento em que cremos em Jesus. Ele espera que sejamos atentos aos seus mandamentos. Não somente aos dez, mas a toda a Sua Palavra. Você se lembra de Deus toda dia, através da Palavra e da oração? Não deixe o mal do esquecimento destruir sua comunhão com Deus!

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